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domingo, 6 de março de 2011

FUTEBOL ÓRFÃO DE ÍDOLOS

Falar de Pelé e não se lembrar de suas belas jogadas com a camisa do Santos. Falar de Zico e não lembrar das cores Rubro-negras. Falar de Neto e não lembrar de suas comemorações deslizando de joelhos pelo gramado e Marcelinho Carioca com suas comemorações desengonçadas, ambos desequilibravam em matéria de bola parada com a camisa do Timão. Falar de Raí e não lembrar de sua classe com a camisa do Tricolor do Morumbi. Falar de Garrincha e não lembrar de suas belas jogadas pela ponta com a camisa do Botafogo. Quem não lembra de Edmundo e não se lembrar do Palmeiras da década de 90. 

Falar desses jogadores e não liga-los a algum clube brasileiro é quase impossível.

Sei que muito que viram outros jogadores, não estão perguntando: Puxa vida cade nessa lista? Rivelino, Sócrates, Casagrande, Ronaldo, Viola (Corinthians), Leivinha, Ademir da Guia, Djalma Santos (Palmeiras), Gilmar, Pepe, Coutinho, Giovanni (Santos),  Leônidas da Silva, Toninho Cerezo e Gerson (São Paulo). Citei poucos, pois se formos recordar os idolos do passado, ficaremos muito tempo para relacionar tantos.

E hoje quem são os ídolos que constituem uma carreira longa em seus clubes?

Não estou falando que não exista, existe sim, mas é uma situação de muita raridade hoje em nosso futebol. Quando o garoto começa a se formar e aparecer em uma Copa São Paulo de Futebol Jr. vem um gringo com uma bela mala e o leva para fora do país. Não dá chances nem para o jogador fazer uma partida pelo profissional da equipe. Antigamente isso era diferente, quem não se lembra do time campeão da Copa São Paulo de Jr. do ano de 1990, que contava com Marcelinho Carioca (brilhou com a camisa do Corinthians), Paulo Nunes (brilhou com a camisa do Grêmio e Palmeiras) e Dijalminha (grande destaque Palmeirense)? Estou citando o Flamengo, pois foi um caso bem interessante, sugiram de uma mesma equipe vários bons jogadores.

Vamos fazer uma relação de revelações da Copa São Paulo que constituiram carreira em algum clube brasileiro:

Em 1972, surgia Toninho Cerezo pelo Atlético Mineiro, mas que conquistou um grande números de títulos pelo São Paulo em duas passagens pelo clube. Na mesma copinha surgia no Inter de Porto Alegre o grande Falcão, que despontaria no profissional do Clube, sendo tricampeão Brasileiro.

Em 1980, Casagrande é revelado pelo Corinthians onde construiu um ótima carreira. Sendo bicampeão Paulista e artilheiro na edição de 1982.

No ano de 1985 surgia o meia Raí pela equipe do Botafogo de Ribeirão Preto, mas que teve ótima passagem pelo São Paulo. Se tornando um divisor de aguas no clube, pois houve a era antes dos Torneios Intercontinentais e o pós. Raí foi um dos comandantes ao lado de Zetti, Cafu e Muller, daquela equipe campeã no Japão, em 1992.

Como citado anteriormente, em 1990, surgia com a camisa do Flamengo, um dos maiores ídolos corintiano. Surgia para o futebol, Marcelinho Carioca, que ao passar do tempo e dos títulos conquistados com a camisa corintiana, um dos maiores idolos e o maior campeão, foram oito títulos.

Mas tivemos outros grandes exemplos como o grande Neto que surgiu no Guarani e brilhou no Corinthians.
Quem não se lembra de Dener, que surgiu com a camisa da Portuguesa, mas um acidente de carro interrompeu sua carreira promissora.
Também tem o capita do penta, Cafu entre outros.

ÍDOLOS NO GOL

Essa revelação da copinha é um caso a parte. Em 1993 surgia um dos maiores goleiros do país e ídolo dos torcedores são paulinos, isso mesmo, estou falando de Rogério Ceni. É um dos únicos ídolos em atividade no país e está completando 21 anos de carreira no São Paulo. Goleiro, artilheiro, capitão e lider dentro e fora de campo. Está preste a cravar mais um recorde em sua carreira, a de ser o único goleiro no mundo a marcar 100 gols. Marca que será muito difícil de ser batida, pois não temos muitos goleiros que se aventuram nas cobranças de falta. 
Surgiu no ano de 2004 o goleiro Tiago, que hoje pertence ao Vasco e está emprestado ao Bahia, que já marcou 18 gols. Mas falta muito para alcançar o grande Rogério Ceni. 
Considerado por muitos uma jogador arrogante e prepotente, devido sua maneira de se portar em suas entrevistas e declarações, mas incontestavel em sua posição de ídolo Tricolor.

Pelo lado verde também tem ídolo. Marcos, mais conhecido com "São Marcos", desde 1992 atuando pelo Palmeiras. Hoje é unanimidade entre torcedores de todos os times como o jogador mais admirado, pois sempre com sua simpatia, irreverência e suas declarações polêmicas, não poupa ninguém. Já foi do céu ao inferno em apenas uma madrugada, quando falhou no gol que resultou na perda do titulo Intercontinental, mas hoje é um momento superado. 
Jogador bem visto por todos que trabalham e o enfrentam em partidas, pois indiferente ao momento, sempre passa tranqüilidade e confiança a torcida.

ELEIÇÃO: CANDIDATOS A ÍDOLOS
Tudo depende de quanto vão oferecer pelo passe desses jogadores ou se o time detentor de seus direitos vai cobrir a oferta de salário. Se o valor oferecido for muito alto, já era! Se o clube não cobrir, já era! 

E como sempre o Brasil é um país que conta com um número de jogadores revelações muito grande e vamos citar alguns que ainda estão por aqui, começando por Neymar.

Neymar é jogador do Santos Futebol Clube, hoje com 19 anos é um dos principais do elenco. Jogador muito veloz, driblador e goleador, mas que já se envolveu em várias polêmicas. Em uma delas, resultou na demissão do técnico Dorival Junior. Em 2010 foi um dos principais goleadores do país, marcou 42 gols em 60 jogos.
Conquistou os títulos Paulista e da Copa do Brasil no mesmo ano. Nesse ano já conquistou e foi destaque do Sulamericano sub-20, pela seleção do Brasil. Hoje seu passe está avaliado em 45 milhões de Euros.

O mesmo Santos conta com o talento de um novo camisa 10, Paulo Henrique "Ganso" é hoje considerado um jogador muito inteligente e habilidoso. Mostrou seus dotes também no ano de 2010, comandado literalmente e levando o Santos aos títulos Paulista e da Copa do Brasil. Comandou mesmo. Na final contra o Santo André se recusou a sair de campo quando seria substituído, não acatando a ordem de Dorival Junior. Que bom que ele não saiu, pois foi fundamental em um momento em que o Santo André era melhor, segurou a bola e fez o tempo passar. Para algum clube contar com esse jogador, precisa desembolsar 50 milhões de Euros.

Lucas do São Paulo.
Também conhecido como Marcelinho, pois jogou na escolinha e parecia com Marcelinho Carioca, ídolo, mas do Timão.
A diretoria não foi boba, tratou de aumentar a multa rescisória de seu contrato, já vislumbrando um bom lucro em caso de venda. Já o torcedor quando vai ao estádio para ver Lucas jogar, vai também para ver um possível ídolo. Jogar bem, o menino vem provando que joga, agora, ser ídolo só o tempo vai dizer. Para contar com sua velocidade, habilidade e, principalmente, seus gols é preciso desembolsar 90 milhões de Euros, hoje é o jogador mais caro do país.

Dentinho, o técnico Carpegiane tentou mudar para Bruno Bonfim, mas não deu certo, melhor Dentinho mesmo. É um jogador-torcedor, declarado corintiano desde pequeno, atua no ataque alvinegro e com apenas 22 anos, já passou poucas e boas no Parque São Jorge. Desde 2007, ano em que o Timão caiu para a serie B, atua pelo profissional. Caiu e vaoltou para a elite com o Timão, foi um dos destaques daquele campeonato. Já coleciona títulos com a camisa alvinegra: Brasileiro Serie B 2008, Paulista e Copa do Brasil 2009 e com a seleção sub-20 foi Campeão Sulamericano 2009. Se algum time desejar ter o "Filho do Fenômeno" vai ter que desembolsar 30 milhões de Euros.

Para o gol temos mais um corintiano, trata-se de Julio Cesar, no Timão desde as categorias de base, ou seja, desde 2001. Foi promovido para o profissional em 2005 e da mesma forma que seu companheiro Dentinho, já foi do céu ao inferno e voltou. Sempre na espera de uma oportunidade, foi reserva de vários atletas que passaram pelo Parque São Jorge, o último foi Felipe que esteve no Timão desde 2007. Depois da saída de Felipe, veio a sua vez de mostrar seu trabalho e vem sendo muito elogiado e declarou:

- Não penso em sair daqui.
Se pudesse, faria toda minha carreira aqui.
Julio Cesar, Goleiro do Corinthians

Esses são os candidatos, quem será o próximo a se identificar com o clube que atua e virar ídolo? 
Mas isso tudo é neutralizado por uma questão muito forte e que impera no futebol, o capitalismo.
Agora só o tempo e os títulos dirão quem será o próximo ídolo.

2 Comentários:

  1. Hoje em dia poucos jogadores demonstram amor ao clube em que foram revelados , ou que atuam . cada vez mais os empresários forçam saidas de seus jogadores. penso que isso se deve ao fato do capitalismo estar cada vez mais voraz.

    Romantico era o tempo em que o torcedor escalava seu time , o mesmo time , durante o ano inteiro.
    nascendo assim idolos identificados com seus clubes.

    Belissima essa sua blogada, caro clériston!

    Um grande abraço!

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  2. Hoje em dia o futebol esta muito capitalista e muitos jogadores são mercenários. Com isso que perde é o torcedor que se apega ao jogador e de repente vai embora em busca da independencia financeira.

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